A Preciosa Guirlanda 23 – Cap 21 As Dez Desorientações dos Praticantes
Estas são as dez desorientaçõess dos praticantes:
- Não confiar em um guru que pratica adequadamente o dharma genuíno, mas seguir um charlatão de fala macia é extremamente desorientador.
- Não buscar as instruções da linhagem oral dos siddhas, mas enfatizar inutilmente o aspecto intelectual do dharma é extremamente desorientador.
- Não passar a vida humana em contentamento com quaisquer aparecimentos que surjam no momento, mas elaborar planos com base na presunção de que as coisas permanecerão iguais é extremamente desorientador.
- Não refletir sobre o significado do dharma enquanto viver sozinho, mas ensiná-lo em meio a um extenso séquito é extremamente desorientador.
- Não usar o excesso de posses para oferendas e generosidade, mas acumular riqueza e bens com ganância e por meio de fraude é extremamente desorientador.
- Não guardar apropriadamente o samaya e votos, mas descuidadamente deixar de lado os três portões é extremamente desorientador.
- Não se familiarizar com realização da verdadeira natureza das coisas, mas consumir a vida com várias atividades sem importância é extremamente desorientador.
- Não domar a própria confusão, mas imprudentemente e tolamente tentar domar a mente dos outros é extremamente desorientador.
- Não nutrir a experiência que nasce na mente, mas cultivar formas de alcançar grandeza nesta vida é extremamente desorientador.
- Agora, quando condições auspiciosas se reúnem, não se engajar em diligência, mas se deleitar em indolência é extremamente desorientador.
As dez desorientaçõess dos praticantes – Comentários de Khenpo Karthar Rinpoche
Em seguida vêm as dez desorientações dos praticantes.
Primeiro, não confiar em um excelente professor que pratica o dharma adequadamente, mas confiar em um charlatão de fala astuta, é uma causa de extrema desorientação.
Segundo, não buscar as preciosas instruções da linhagem oral dos siddhas, mas se empenhar no estudo da lógica e raciocínio é extremamente desorientador.
Terceiro, não estar contente com quaisquer aparecimentos que surjam no presente, mas fazer extensas preparações para o futuro baseado na presunção de que as coisas permanecerão iguais, é extremamente confuso.
Quarto, não pensar sobre o dharma enquanto viver sozinho, mas ensiná-lo em meio a outros, é extremamente desorientador.
Quinto, não usar seu excesso de riqueza e posses para oferendas e generosidade com outros, mas acumular riqueza e posses furtivamente é extremamente desorientador. Isto significa que embora você tenha muito dinheiro, você não compartilha nada dele com outras pessoas que podem não ter comida suficiente ou outras coisas, nem faz oferendas com ele. Quando está na hora de fazer oferendas ou realizar qualquer ato de generosidade, você diz, “Eu não tenho nada. Eu não posso dar nada. Desculpe-me, eu desejaria poder” e enquanto isso você está acumulando uma pilha de dinheiro.
Sexto, não guardar sejam quais forem votos e samaya que você tenha comprometido, mas deixar seu corpo, fala e mente correrem soltos é extremamente desorientador. Isto significa, por exemplo, que você se comprometeu a prática do dharma e a uma certa disciplina de conduta, mas tão logo um filme é lançado, você tem logo que ir vê-lo, se algo excitante acontece na cidade, você tem que tomar parte dele, se há boxe na televisão você tem que assistir, ou se há um novo lugar para ir dançar, você tem que ir lá na primeira noite de abertura.
Sétimo, não devotar seu tempo e energia para gradual familiarização com o significado que é para ser realizado por meio da prática, mas desperdiçar sua vida em atividades social ou política sem significado é extremamente desorientador.
Oitavo, não domar sua própria mente ou transcender a confusão que surge em sua própria experiência, mas imprudentemente tentar domar as mentes de outros, é extremamente desorientador. Se você não domar primeiro sua própria mente, então tentar domar a mente dos outros ou aliviar a confusão de outros não irá funcionar, porque você ainda estará tão confuso que você não saberá como fazê-lo, e você provavelmente só irá gerar aflição mental. Por exemplo, quando alguém se direciona entre duas pessoas que estão brigando e tenta separá-los e pacificar a situação, frequentemente a pessoa que está intervindo fica brava, e então há três pessoas brigando ao invés de duas.
Nono, não nutrir o desenvolvimento progressivo de qualidades que surgem por meio de sua experiência da prática, como fé, compaixão, e assim por diante, mas ao invés, alimentar o desenvolvimento de grandeza nesta vida, tal como uma alta posição em uma comunidade ou monastério, fama, riqueza e assim por diante é extremamente desorientador.
Finalmente, nesse momento, quando as causas e condições necessárias para a oportunidade de praticar dharma estão presentes, não ser diligente mas se deleitar em preguiça e indolência é extremamente desorientador.
Estas são as dez causas de extrema desorientação.