Bodhisatvacharyavatara 22 – A importância das pequenas ações

 

 

No ensinamento de hoje, vimos os versos 15 a 20 do Capítulo 4: Aplicar a Bodhicitta. (Incentivamos que o capítulo seja lido antes de ouvir os ensinamentos e também depois – clique aqui para acessar o texto).

O estudo sobre a Mente do Despertar e o caminho dos bodhisatvas geralmente é feito com a utilização de um vocabulário essencialmente abstrato. Termos como bodhicitta, compaixão, “benefício de todos os seres” são necessários para a transmissão das ideias que representam, mas sua aplicação, ao contrário, é bastante concreta. Ela deve acontecer aqui e agora e em todas as oportunidades. Especialmente nos pequenos atos, pois são eles que estão mais próximos de nós e é com eles que aprenderemos a aplicar a bodhicitta na prática.

E para nos dar o senso de urgência em aproveitarmos essas oportunidades, é que Shantideva recorre aos ensinamentos do Buda sobre a Preciosa Existência Humana, tão frequentemente mencionada nos ensinamentos no KPG. (Se você quiser recapitular como a Preciosa Existência Humana é apresentada por Gampopa e Patrul Rimpoche, é só dar uma olhadinha aqui neste link. Fica na página 41) .

[15] Quando voltarei a reunir o aparecimento de um Buddha, a fé, a condição humana, a aptidão à prática do bem, todas estas coisas tão difíceis de obter?

[16] A saúde, o pão nosso de cada dia, o dia-a-dia, com o seu quinhão de segurança, esta vida efêmera, tudo isto é tão enganador… este corpo mais parece uma coisa emprestada.

[17] Uma coisa é certa: não é com uma conduta como a minha que se obtém de novo o nascimento humano e fora dele só o mal me espera. E, nesse caso, de onde viria o bem?

[18] Se não o praticar agora, que sou capaz, como o farei mais tarde, quando estiver embutido pelo sofrimento dos destinos funestos?

[19] A simples menção da palavra “felicidade” é abolida por centenas de milhões de Kalpas para quem acumula o mal e não pratica o bem.

[20] Por isso o Bhagavan disse, “É tão raro obter a condição humana como é difícil a uma tartaruga enfiar o pescoço no buraco de um jugo à deriva no oceano.