Bodhisatvacharyavatara 34 – Capítulo 5: A Vigilância

 

Os ensinamentos de hoje foram sobre o texto e os comentários relativos ao Bodhisatvacharyavatara – Capítulo 5: A Vigilância (estrofes 65 a 73).

 

[65] Os seus excrementos não se comem, não bebemos o seu sangue nem sugamos as suas vísceras; que quererás fazer do teu corpo?

[66-67] Se ele serve para alguma coisa, é para dar de pasto aos abutres e chacais. É certo que este corpo é para os homens um instrumento de ação. Mas de que te serve querer guardá-lo? A morte impiedosa há de arrancá-lo e lançá-lo aos abutres. Que farás então?

[68] Se um servidor se vai embora de nossa casa, não o cobrimos de presentes e de roupas. Ora, mesmo que o alimentemos bem, o corpo há de partir um dia; porque nos havemos de meter em despesas por sua causa?

[69] Dá-lhe o seu salário, oh minha mente, e emprega-o depois no teu próprio interesse. Um dia, ele de nada te há de servir. Porque lhe hás de dar tudo?

[70] Devemos ver no corpo uma barca que vai e que vem. Que o corpo vá e venha segundo a tua vontade de conduzir os seres à sua finalidade.

[71] Assim, mestre de si, que o praticante esteja sempre sorridente, que evite franzir o sobrolho e mostrar-se zangado; que seja amigo de toda a gente.

[72] E que não deixe cair uma cadeira ou qualquer outro objeto brusca e ruidosamente, nem bata com as portas; que se sinta bem cultivando sempre a humildade.

[73] A garça-real, o gato e o ladrão movem-se em silêncio e na maior discrição e assim conseguem o que têm em vista. Que o asceta faça sempre como eles!