Bodhisatvacharyavatara 49 – Capítulo 6: A Paciência

 

Os ensinamentos de hoje foram sobre o texto e os comentários relativos ao Capítulo 6: A Paciência, do livro Bodhisatvacharyavatara – de Shantideva.

A Lama Pelmo também apresentou a história do Rei Bondoso e seu tio.

[1] Um só instante de raiva destrói a generosidade, a veneração pelos Buddhas e o bem que fizemos ao longo de milhares de Kalpas!

[2] Não há vício pior que a raiva nem ascese comparável à paciência. Por isso, devemos cultivar ativamente a paciência pelos mais diversos meios.

[3] A mente nunca goza a paz, a alegria e o bem-estar, nem vive equilibrada ou dorme tranqüila, enquanto tiver a fechadura da raiva cravada na mente.

[4] As dádivas, as atenções e a proteção não impedem os que as usufruem de desejar a perda de um chefe, cujo caráter, de tão duro, se torna odioso.

[5] Até os amigos acabam por se aborrecer; mesmo quando dá, não é servido com agrado; não há maneira de tornar feliz um homem irascível!

[6] Ora, aquele que, reconhecendo na raiva o inimigo responsável por todos os seus males, a ataca com energia, não só fica feliz nesta vida como o ficará nas vidas futuras.

[7] Nascido da cobiça insatisfeito ou do receio acontecido, o descontentamento alimenta a raiva que, assim fortalecido, me levará à ruína.

[8] Destruirei, portanto, o alimento deste inimigo, cuja única função é a de me assassinar.

[9] Aconteça o que acontecer, a pior das calamidades, a minha alegria não deverá ser abalada, porque o descontentamento de nada serve e, além do mais, dissipa o mérito adquirido.

[10] Se houver remédio, ficar descontente para quê? Se não houver remédio, ficar descontente para quê?

11] Tememos a dor, a humilhação, as palavras que nos magoam ou desagradam, para nós e para aqueles de quem gostamos, mas não as receamos para os nossos inimigos, antes pelo contrário!

[12] O prazer é difícil de encontrar, a dor vem sem ser procurada; ora, é da dor que vem a aspiração de se libertar, portanto agüenta-se com firmeza, oh minha mente!

[13] Os habitantes do Karnatik e os devotos de Durga infligem-se em vão o sofrimento de queimaduras e lacerações. Como é possível que eu, que tenho por finalidade a liberação, seja um covarde?

[14] Nada existe que através do exercício não possa ser realizado. Se nos formos habituando a sofrimentos ligeiros, acabaremos por ser capazes de suportar sofrimentos maiores.