Bodhisatvacharyavatara 55 – Capítulo 6: A Paciência
Os ensinamentos de hoje foram sobre o texto e os comentários relativos a estrofes 108 a 118 do Capítulo 6: A Paciência, do livro Bodhisatvacharyavatara – de Shantideva.
A Lama Pelmo também trouxe um ensinamento do I Kalu Rinpoche sobre as abordagens das tradições budistas sobre o tema (Esse ensinamento está na pág. 1.139 deste do terceiro volume da coletânea dos ensinamentos de Kalu Rinpoche – clique aqui para acessar e também no livro Ensinamentos Fundamentais do Budismo Tibetano)
[108] Os dois têm direito ao fruto da paciência, mas que seja ele a recebê-lo primeiro, uma vez que ele é a causa primeira da minha paciência.
[109] “O meu inimigo não tem a intenção de aperfeiçoar a minha paciência, por isso não merece que o honre!” Mas então porque honrar o Dharma, que é uma causa inanimada do teu aperfeiçoamento?
[110] “Mas ele tem em idéia fazer-me mal. Como posso honrar um inimigo?” Mas como poderias praticar a paciência se ele se devotasse ao teu bem, como um médico dedicado?
[111] É a sua hostilidade que condiciona a minha paciência e, sendo sua causa, devo honrá-lo como ao santo Dharma.
[112] O mestre disse: “Assim como os Buddhas, os seres são um campo de mérito”, porque honrando tanto uns como outros, muitos foram os que atingiram a outra margem da perfeição.
[113] É através dos seres, assim como dos Buddhas, que obtemos as virtudes de um Buddha; no entanto, a veneração que devotamos aos Buddhas recusamo-la aos seres. Por que esta distinção?
[114] A grandeza de uma intenção não se mede pela intenção em si, mas pelo seu efeito. Portanto, os seres têm uma grandeza igual à dos Buddhas, vão a par com eles.
[115] A veneração que se tem por um homem bom dá-nos a grandeza desse homem. O mérito que produz a devoção aos Buddhas, dá-nos a grandeza dos Buddhas.
[116] Por essa razão, os seres são semelhantes aos Buddhas, ambos permitem atingir o estado búddhico; mas, na verdade, nenhum ser é comparável aos Buddhas, que são oceanos de qualidades infinitas.
[117] Os Buddhas concentram em si a essência de todas as qualidades. Bastaria que um simples átomo dessa essência se encontrasse nos seres, para que os três mundos inteiros não lhes fizessem suficiente homenagem.
[118. Ora, esta insigne parcela que faz germinar em nós as virtudes de um Buddha, está presente em todos os seres. É por causa desta presença que os seres devem ser reverenciados.