Taranatha – A Essência da Ambrosia 24 – Contemplação 39
Os ensinamentos de hoje trouxeram comentários sobre a contemplação 39, que nos orienta em direção à compaixão.
Contemplação 39 – A Meditação na Compaixão
As preliminares e conclusões de cada sessão são como de costume. Depois de uma breve recordação da contemplação anterior, considere:
Eu devo estabelecer todos esses seres sencientes no contentamento e felicidade. Mas quando eu olho para esses reinos de seres sencientes, parece que eles não vivem com felicidade ou as causas da felicidade. Eles vivem com sofrimento e as causas do sofrimento. Quando eles desejam, querem felicidade. Eles não querem o sofrimento, mas o experimentam de qualquer forma. A felicidade não acontece para eles – miséria é a única coisa que experimentam. Na maior parte do tempo, o sofrimento que eles experimentam é aparente. No reino dos infernos, passam calor e frio. No reino dos fantasmas famintos, passam fome e sede. No reino animal, comem uns aos outros. Nos reinos superiores, não há nenhum sequer que não experimente sofrimento manifesto de algum tipo: têm vida curta, muitas doenças, pouca liberdade, fome e destruição e são forçados a trabalhar, são feridos por armas e assim por diante. Todos os seres em geral acumulam as incomensuráveis causas de sofrimento. Alguns indivíduos não experimentam sofrimento intenso e indesejável exatamente agora, mas estão acumulando sério carma negativo. Eles irão diretamente para o inferno quando sua respiração parar. Esse tipo de indivíduo é ainda mais merecedor da minha compaixão do que aqueles que realmente estão experimentando sofrimento agora.
Quão confusos nós ficamos com as aparências! E aí, o que pode ser feito? O que aconteceria se minha mãe não enxergasse ou se suas pernas estivessem quebradas? E se ela não tivesse um guia e nem uma bengala? E se estivesse para cair em um precipício? O que eu faria? Eu não hesitaria um instante sequer, mas correria para evitar que ela caísse do penhasco.
Todos esses seres que têm sido minhas mães em vidas anteriores estão nesta mesma situação: seus olhos de sabedoria estão cegos; suas pernas – o método – estão quebradas. Eles não têm um guia. Perderam suas bengalas. Repetidamente se engajam em todos os tipos de ações negativas, algumas vezes, mesmo sabendo que estão fazendo uma ação negativa. Estão se desviando do caminho para os reinos elevados. É como se eles estivessem a ponto de mergulhar no abismo dos reinos inferiores. Quão trágico que esses seres estejam dominados pelas causas do sofrimento! Como eu poderia falhar em protegê-los do sofrimento exatamente agora?
Além disso, seres nos três reinos inferiores experimentam primariamente o sofrimento manifesto. Os seres nos três reinos agradáveis, por outro lado, experimentam principalmente as causas do sofrimento.
Relembre os tipos de sofrimento que todos esses seres experimentam a partir das explicações dadas no contexto das contemplações para as pessoas de menor capacidade e capacidade mediana.
Se esses sofrimentos estiverem de repente para acontecer comigo, eu seria incapaz de suportá-los, mesmo em um grau pequeno. Se eu não posso suportá-los, como eles lidam com a sua miséria? Aqueles que realmente passam por esses sofrimentos; que experimentam as causas sem fim do sofrimento no decurso de suas vidas; que vão de miséria em miséria sem interrupção… como eu me sinto por eles? Que eles sejam livres do sofrimento! Que eles sejam livres das causas do sofrimento: carma e aflições emocionais. Que eu proteja minhas mães prévias e os seis tipos de seres sencientes de todas as ações negativas e do sofrimento. Que eu os guie para fora da existência cíclica, o lugar de sofrimento.
Reflita desta maneira repetidas vezes.
Um outro costume divide a sessão acima em três sessões. Nesse caso, você deve começar com uma sessão de contemplação na experiência do sofrimento manifesto de uma pessoa de sua escolha. Em seguida, faça uma sessão de contemplação na experiencia daquela pessoa nas causas do sofrimento.Depos, faça uma sessão de contemplação combinando o foco das duas primeiras sessões. É excelente se você continuar gradualmente a expandir a visualização para incluir todos os seres como na contemplação sobre bondade amorosa explicada anteriormente.
Outra opção, é ensinar as instruções sobre bondade amorosa e compaixão ao mesmo tempo e ter o discípulo praticando-as juntas, alternando entre a primeira parte da bondade amorosa, seguida pela sessão sobre a primeira parte da compaixão e seguir alternando uma e outra até que ambas estejam completas. É bom,também, não dividir a sessão em partes.
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