Dordje Chang Tungma 03 – Linhagens Budistas – a fonte dos ensinamentos

O kalpa dos mil Buddhas

Uma época durante a qual aparecem Buddhas é chamada um “kalpa luminoso”. Um “kalpa obscuro”, ao contrário, é a época durante a qual não há nenhum ensinamento espiritual. A era cósmica, no interior da qual nos encontramos, chamada o “bom kalpa”, pertence à primeira categoria e deve presenciar, no total, a vinda de mil Buddhas. Quatro já se manifestaram: Krakukandra, Kanaka Muni, Kashyapa[1] e Shakyamuni, de cujos ensinamentos nos beneficiamos atualmente.

Quando um Buddha se manifesta, ele sempre ensina em três níveis: o veículo dos sravakhas ou “auditores”, o veículo dos pratiekabuddhas ou “Buddhas solitários” e o mahayana ou “grande veículo”. O ensinamento do vajrayna é, em contrapartida, muito raro. Dos mil Buddhas de nosso kalpa, apenas o Buddha Shakyamuni o transmitiu em grande escala. Durante os períodos atribuídos aos outros Buddhas, a própria palavra vajrayana não será pronunciada ou, mesmo quando esse veículo for ensinado, será apenas confidencialmente, em círculos muito restritos.

Ensinamentos muito raros

As profecias dão uma idéia do caráter excepcional do kalpa no qual nos encontramos. De fato, acredita-se que no final deste kalpa dos mil Buddhas, nosso universo será destruído, segundo a lógica dos ciclos cósmicos[2]. Depois virá um kalpa vazio, sem que será seguido de setecentos kalpas, no curso dos quais não haverá nem Buddhas nem dharma. Em seguida, virá de novo um “bom kalpa”, durante o qual surgirão dez mil Buddhas. Os kalpas luminosos ocorrem, portanto, apenas uma vez de tempos em tempos, separados por sucessões muito longas de kalpas obscuros. No interior dos kalpas luminosos, o ensinamento do vajrayana é ainda muito mais raro. Este só será revelado de novo depois de um número infinito de kalpas, na época em que o Buddha Jampeipal o propagar de maneira tão ampla quanto o fez o Buddha Shakyamuni. Daqui até lá, os outros Buddhas, supondo que ensinem o vajrayana, só o transmitirão a um número muito pequeno de discípulos.

Avançar em direção à liberação

Nascemos em um kalpa luminoso e, além disso, temos acesso a todos os graus de ensinamentos, tais como foram apresentados pelo Buddha Shakyamuni. Isto só é possível pela conjunção da graça das Três Jóias e de um imenso potencial positivo pessoal acumulado durante inumeráveis kalpas. Nesse sentido, nossa existência humana é muito preciosa.

Podemos distinguir cinco etapas na existência: a infância, a juventude, a maturidade, a velhice, a doença e a morte. A maioria de vocês situa-se na maturidade. Quando a doença e a morte chegarão? Não temos nenhuma certeza a esse respeito. Talvez possamos contar com os anos da velhice, mas não estamos seguros se os alcançaremos. De qualquer modo, uma parte de nossa vida já transcorreu e é preciso utilizar de maneira proveitosa os anos que nos restam, servir-nos deles para colocar em o dharma que encontrarmos, avançar em direção à nossa própria liberação dos sofrimentos do samsara e em direção à capacidade de socorrer um número infinito de seres. É preciso explorar, sem negligenciar, as potencialidades de nossa preciosa existência humana.

Facetas do Budismo

Dentre os ensinamentos, distinguimos, como acabamos de ver, três níveis: o veículo dos auditores, o dos Buddhas solitários e o veículo dos bodhisattvas ou grande veículo. Esse grande veículo também apresenta duas facetas: a dos sutras, que constitui o grande veículo dialético e o dos tantras, que constitui o vajrayana. Todos esses aspectos estão, atualmente, à nossa disposição.

Os sutras— textos que registram o ensinamento do hinayana e do mahayana — têm sua origem no Buddha Shakyamuni, o Buddha histórico, enquanto que os tantras; — os textos que englobam os ensinamentos do vajrayana — foram revelados pelo Buddha Vajradhara (tib. Dorje Chang), expressão do dharmakaya. Apesar disso não se deve pensar que Shakyamuni e Vajradhara seriam duas pessoas diferentes. Eles são duas manifestações de uma essência única, uma expondo os sutras, a outra, aparecendo sob a forma de múltiplas divindades tântricas (Hevajra, Chakrasamvara e outras), oferecendo os tantras que se referem a elas. Quando utilizamos o termo Kagyü, fazemos alusão a essa origem dos tantras, já que ele significa “linhagem (tib. gyu) oriunda da Palavra (tib. ka)”. Trata-se, portanto, de uma transmissão por revelação direta de Vajradhara.

Na Índia antiga, muitas personalidades ficaram célebres como exemplos de suas os Dezesseis Sthaviras e os Quinhentos Arhats, no contexto dos sutras; os Oitenta e Quatro Mahasiddhas, no dos tantras, os Seis Ornamentos deste mundo e os Dois Sublimes, representando ao mesmo tempo a abordagem dos sutras e a dos tantras.[3]

Nascido na Índia, o Budismo difundiu-se progressivamente pelos países vizinhos, sob uma ou outra de suas formas. O Tibete possui a particularidade de a totalidade dos ensinamentos do Buddha terem sido ali introduzidos, tanto os sutrasquanto os tantras, o pequeno e o grande veículo.

Origem das linhagens

O Budismo foi, inicialmente, introduzido no Tibete por interrnédio do rei Songtsen Gampo, que convidou o abade Shantarakshita, representante dos sutras, e Padmasambhava, detentor dos tantras. O vajrayana difundiu-se, então, de maneira muito profunda, constituindo a escola dos Antigos, os Nyingmapas, que deu lugar a um grande florescimento de realizados. A escola Nyingmapa foi como um sol para o Tibete.

Entretanto, no decorrer dos anos, alguns de seus membros propunham em seus discursos uma filosofia muito elevada e uma meditação muito menos elevada, enquanto que seu comportamento era manchado por muitas negatividades, o que criou uma certa degeneração. Nessa época, o rei Yeshe Ö[4], visto como uma emanação divina, enviou para a Índia o tradutor Rinchen Zangpo para convidar ao Tibete o mestre indiano Atisha. Os esforços que este último, assim como muitos outros eruditos e tradutores, despenderam no Tibete para revivificar o dharma deram origem, no âmbito do vajrayana, à “tradição nova”. Atisha enfatizou a importância de três níveis de prática:

  • o nível exterior, representado pelos votos de liberação individual, feitos pelos monges e monjas, assim como pelos fiéis leigos;
  • o nível interior, equivalendo aos votos de bodhisattva, que insistem sobre o amor, a compaixão e a motivação do bem do outro;
  • o nível secreto do vajrayana, repousando sobre as fases de criação e de conclusão das divindades.

Esta tradição de Atisha, na qual se inscreveram inúmeros eruditos e realizados, ficou conhecida pelo nome de escola Kadampa.

Mais tarde, chegou um monge da região de Tsongkha, conhecido pelo nome de Tsong-khapa, que deu um novo impulso aos ensinamentos Kadampas. Muito erudito, dotado de uma grande realização, ele se estabeleceu no mosteiro de Ganden[5], de maneira que sua escola foi inicialmente chamada de Gandenpa. Trata-se da mesma escola que atualmente é conhecida pelo nome de Gelukpa.

Marpa, o tradutor, contemporâneo de Atisha, fundou, por sua vez, a linhagem Marpa Kagyü. Sua escola remonta ao Buddha Vajradhara (tib. Dorje Chang que revelou seus ensinamentos ao mestre Indiano Tilopa, que os transmitiu a Naropa junto a quem Marpa veio buscá-los na Índia. A “via dos meios hábeis” é aí representada pelos “seis dhamas de Naropa”, e a “via da liberação”, pelo mahamudra. Marpa teve como principal discípulo Milarepa, cujos dois mais eminentes filhos espirituais, comparados ao sol e a lua, foram Dhagpo Rinpoche (Gampopa) e Rechungpa. Os quatro principais discípulos de Gampopa fundaram, por sua vez, quatro subdvisões na linhagem Kagyü, conhecidas como as “quatro grandes” escolas Kagyüpas, que foram seguidas, por causa de novas subdvisões, pelas “oito pequenas”, conforme veremos adiante.

Uma outra das grandes linhagens foi introduzida pelo mestre indiano Padampa Sangye — que, segundo a tradição, teria vivido duzentos anos — que propunha um sistema conhecido pelo nome de Shije. Sua principal discípula tibetana, Matchik Labdrôn, encarnação de Tara, desenvolveu no interior desse sistema a prática de Chöd. Shije e Chöd reunidos constituem uma das grandes tradições tibetanas.

Kunga Nyingpo reuniu, por sua vez, um grande número de tradições da Índia budista em um corpus chamado Landre, cuja principal fonte era o mahasiddha Virupa. Como seu mosteiro se localizava em um local chamado Sakya, na província de Tsang, sua escola ficou conhecida pelo nome de Sakyapa.

A linhagem Jonangpa repousa sobre numerosos ensinamentos do vajrayana, em particular sobre o ciclo de Kalachakra. Este ciclo foi introduzido no Tibete por três tradutores, Re Lotsawa, Dromo Lotsawa e Tsemo Lotsawa, depois foi particularmente representada nas pessoas de Dölpo Sangye e de Jetsun Taranatha.

Drubtop Orgyenpa, discípulo do segundo Karmapa, Karmapakshi, possuía o poder de visitar todos os lugares da terra, incluindo o reino setentrional de Shambala. Recebeu ensinamentos de muitas dakinis, que ele codificou sob o nome de Dorje Neljor. Sua linhagem é geralmente conhecida pelo nome de Dorje-sum-gyi-nyendrup.

Finalmente, a linhagem Shangpa Kagyü remonta a Khyungpo Neljor. Este estudou muito jovem os sutras e os tantras depois foi sete vezes à Índia e ao Nepal, onde pôde receber instruções de cento e cinqüenta mestres. Juntamente com a linhagem Karma Kagyu, essa é a linhagem ao qual nosso centro budista Kagyu Pende Gyamtso (KPG) está diretamente vinculada e sob os auspícios do seu principal detentor, o venerável Kyabje Kalu Rinpoche.

Merece uma consideração particular o fato de que desde as suas origens as linhagens Shangpa e Karma Kagyu estiverem sempre muito próximas. Nesse sentido, o precedente Kalu Rinpoche, fazendo referência a auto-biografia de Mochokpa que integrava a coleção de textos sagrados da gloriosa linhagem Shangpa ensinou que: “O principal discípulo de Khyungpo Neljor, aquele que foi considerado o seu sucessor, era Rinchen Samdrup, originário da região de Mochok e, portanto, conhecido pelo nome de Mochokpa. Durante doze anos, ele permaneceu em um retiro muito austero, comendo apenas raízes e ervas silvestres. Sua meditação permitiu-lhe obter numerosos poderes, como o de voar pelos ares.

Mochokpa era, ainda muito jovem, contemporâneo de Gampopa, o principal discípulo de Milarepa (e detentor da linhagem Karma Kagyu). Um dia, desejando conhece-lo pôs-se a caminho para encontra-lo. Gampopa, graças a seus poderes de clarividência, soube que Mochokpa se aproximava e, apesar de sua idade avançada, foi ao seu encontro para acolhê-lo com muita alegria.

– Você e eu – disse o visitante – fomos mestre e discípulo durante incontáveis vidas e estamos ligados por uma íntima conexão cármica.

Eles passaram alguns dias muito felizes por estarem juntos, ministrando-se mutuamente iniciações. A partir desse momento, estabeleceram-se laços muito estreitos entre a linhagem Shangpa Kagyu e a linhagem Karma Kagyu, de maneira que se tornaram indissociáveis. O detalhamento sobre a nossa linhagem Shangpa Kagyu e seus principais mestres será apresentado oportunamente.

As Oito linhagens mencionadas — Nyingmapa, Kadampa-Gelukpa, Kagyüpa, Shije, Sakyapa, Jonangpa, Dorje-sum-gyi-nyendrup, Shangpa Kagyü — constituem o que se chama os “Oito Carros da Prática”.

As linhagens Kagyüpa

No Tibete, as instruções do vajrayana, que se acredita poderem levar ao completo despertar durante o tempo da vida presente, ou no bardo ou no espaço de sete vidas consecutivas, foram rapidamente difundidas por diferentes linhagens, cujas oito principais são conhecidas sob o nome dos “Oito Grandes Carros da Prática”, referida acima. Considerando que todas essas linhagens tiveram sua origem na Palavra do dharmakaya, sob a forma de Vajradhara, ou sob uma outra forma, todas têm direito ao epíteto “Kagyü” . Assim, poderíamos falar da escola Nyingrna Kagyü, de Lamdre Kagyü entre os Sakyapas, de Ganden Kagyü entre os Gelukpas, de Shangpa Kagyü, de Jonang Kagyü etc. Entretanto, de maneira mais restrita e no uso corrente, quando falamos da linhagem Kagyü referimo-nos à escola cujo fundador, no Tibete, foi Marpa, o tradutor.

Porém, no sentido estrito a linhagem Kagyü não se refere a uma única entidade, mas a um número bastante grande de subdivisões que se produziram na história. A primeira surgiu entre os discípulos de Gampopa, os quatro principais dentre eles criando sua própria linhagem:

  • a escola Karma Kagyü, oriunda do primeiro Karmapa Tüsum Khyenpa;
  • a escola Barom Kagyü, oriunda de Barom Dharma Wangchuk;
  • a escola Tselpa Kagyü, oriunda de Tsóndru Drakpa;
  • a escola Pakdru Kagyü, vinda de Pakmo Drupa.

Em seguida, após Pakmo Drupa, desenvolveram-se oito novas subdvisões:

  • Drikung Kagyü;
  • Taklung Kagyü;
  • Drukpa Kagyü;
  • Yelpa Kagyü;
  • Yazang Kagyü;
  • Shukseb Kagyü;
  • Marpa Kagyu[6],
  • Tropu Kagyü.

Esses dois conjuntos foram em seguida classificados como formando as “quatro grandes” e as “oito pequenas” linhagens Kagyü. Procedendo todas de Marpa, Milarepa e Gampopa, elas têm em comum a prática dos seis dharmas de Naropa e do mahamudra, o que não as impede de possuir instruções ligeiramente diferentes. Por exemplo, a tradição Karma Kagyü apresenta o mahamudra por meio da Introdução aos Três Corpos (tib. Ku sum ngotro), a escola Drikung utiliza no mesmo caso o Pensamento Único (fib. Drikung gong chik), e a linhagem Drukpa Kagyü o Sêxtuplo Ciclo do Igual Sabor (tib. Ronyom khor druk). A maneira de exprimir as coisas é diferente, mas o sentido permanece idêntico.

A linhagem a que nos referimos mais particularmente na prática de Dordge Chang Tungma é a Karma Kagyü[7]. Ela foi fundada pelo primeiro Karmapa, discípulo de Gampopa, que teve por sua vez como principal discípulo Situ Drogón Rechen. Eles foram os dois primeiros representantes das linhagens de encarnação que seriam conhecidas como os Gorros Negros (os Karmapas) e os Gorros Vermelhos (os Situpas) e cuja atividade, ao lado da de outros mestres, ia permitir à escola Karma Kagyü perpetuar-se em sua integridade até nossos dias.

Ao considerarmos os mestres que integram o Rosário de Ouro da linhagem Karma Kagyu devemos apresentá-los em ordem cronológica da seguinte forma[8]:

  • Vajradhara
  • Tilopa (988-1069)
  • Naropa (1016-1100)
  • Marpa Lotsawa (1012-1097)
  • Jetsun Milarepa (1052-1135)
  • Gampopa (1079-1153)
  • 1o Karmapa, Dusum Khyenpa (1110-1193)
  • Drogön Rechen (1148-1218)
  • Pomdrakpa (1170-1249)
  • 2o Karmapa, Karma Pakshi (1203-1283)
  • Drubtob Urgyenpa (1230-1300)
  • 3o Karmapa, Rangjung Dorje (1284-1339)
  • Gyalwa Jungtönpa (1296-1376)
  • 4o Karmapa, Rolpe Dorje (1340-1383)
  • 2o Shamarpa, Kachö Wangpo (1350-1405)
  • 5oKarmapa, Dezhin Shegpa (1384-1415)
  • Rinchen Zangpo (Ratnabhadra) (c. 1400)
  • 6o Karmapa, Thongwa Donden (1416-1453)
  • Bengar Jampal Zangpo Paljor Döndrup (1427-1489)
  • 7o Karmapa, Chodrag Gyatsho (1454-1506)
  • Sangye Nyenpa, Tashi Paljor (1457-1525)
  • 8o Karmapa, Mikyo Dorje (1507-1554)
  • 5o Shamarpa, Könchog Yenlag (1526-1583)
  • 9o Karmapa, Wangchuk Dorje (1555-1603)
  • 6o Shamarpa, Chökyi Wangchuk (1584-1629)
  • 10o Karmapa, Choying Dorje (1604-1674)
  • 7o Shamarpa, Yeshe Nyingpo (1631-1694)
  • 11o Karmapa, Yeshe Dorje (1676-1702)
  • 8o Shamarpa, Chökyi Döndrub (1694-1735)
  • 12o Karmapa, Changchub Dorje (1703-1732)
  • 8o Situpa, Chökyi Jungne (1700-1774)
  • 13o Karmapa, Dudul Dorje (1733-1797)
  • 10o Shamarpa, Chödrub Gyamtso (1742-1792)
  • 9o Situpa, Pema Nyinche Wangpo (1774-1853)
  • 14o Karmapa, Thegchog Dorje (1798-1868)
  • 1o Jamgön Kongtrül, Lodrö Thaye (1813-1899)
  • 15o Karmapa, Khakhyab Dorje (1871-1922)
  • 11o Situpa, Pema Wangchuk (1886-1952)
  • 2o Jamgön Kongtrül, Palden Khyentse Öser (1902-1952)
  • 16o Karmapa, Rangjung Rigpe Dorje (1924-1981)
  • 17o Karmapa, Ogyen Trinley Dorje (1985-)

[1] Os nomes tibetanos desses três primeiros Buddhas são, respectivamente, Korwajik, Sertub e Ösung. Sua presença neste planeta não se situa na nossa história, mas é considerada como pertencendo a civilizações de épocas extremamente recuadas. Os mil Buddhas de que se fala aqui são os que desempenham o papel histórico de iniciador de uma nova tradição. Todavia, muitos deles podem, sem ocupar esta função, atingir o estado de Buddha durante o mesmo kalpa.

[2] Um ciclo cósmico completo (mahakalpa) compreende quatro fases: gênese, manutenção, destruição e vazio. Cada uma delas tem uma duração igual a vinte “kalpas intermediários”. No Hinduísmo, a duração de um kalpa no é de 4,32 bilhões de anos e no Budismo um mahakalpa é estimado em 1,28 trilhões de anos (ainda que, de fato, o Buddha nunca tenha precisado exatamente esse número de anos, mas sim ensinado por meio de analogias).

[3] Os Dezesseis Sthaviras (“Antigos” ou “Decanos’) e os Quinhentos Arbats constituem dois grupos de indivíduos que, na época do Buddha, atingiram a realização no âmbito do pequeno veículo (hinayana), permanecendo como modelo deste veículo. Os Oitenta e Quatro Mabasiddha; são uma série de iogues budistas da Índia antiga — por volta do século VI ou VII d.C. — que ficaram célebres não apenas por sua realização, mas também por seu comportamento, que escapava a todas as convenções. Os Seis Ornamentos deste mundo e os Dois Sublimes são considerados como os maiores eruditos da Índia budista. Foram: Nagarjuna, Aryadeva, Asanga, Vasubandhu, Dignaga, Dharmakirti, Gunaprabha e Sakyaprabha.

[4] Século XI.

[5] Perto de Lhassa.

[6] Homônimo sem relação com Marpa, o tradutor. Em tibetano, as duas ortografias são diferentes.

[7] Também referida como Karma Kantsang.

[8] https://www.kttbrasil.org/linhagem

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